sexta-feira, 4 de abril de 2014

Condenado a 150 anos, Reolon deve cumprir 30 em regime fechado

Condenado a 150 anos, Reolon deve cumprir 30 em regime fechado

   
Gilmar Reolon e o advogado Gilberto Richthcik ladeados pelos policiais. Houve reforço da segurança durante o juri.
O agricultor Gilmar Reolon, 49 anos, foi condenado a 150 anos por seis homicídios. A sentença foi lida pela juíza Juliane Velloso Stankevecz por volta das 21 horas, depois de um júri bastante cansativo. O auditório do tribunal do Fórum de Francisco Beltrão permaneceu lotado durante todo o dia por uma plateia que acompanhou atenta a cada detalhe de uma das histórias mais aterrorizantes da região Sudoeste do Paraná.
Gilmar permaneceu quase todo o tempo de cabeça baixa e durante o seu depoimento, no período da tarde, confessou os seis assassinatos: seu pai Otávio Reolon, 65 anos, em maio de 2009; sua esposa Gema Casanova, 43, o casal de filhos Gissele Indianara, 14, e Gian Lucas, 9, e a sogra Petronília Strosmovski Casanova, 84, em janeiro de 2010; e Indiamara Pereira dos Santos, 13, em fevereiro de 2010.

Nelton Casanova houve atento o
depoimento do réu.
Na acusação atuou o promotor de Justiça Roberto Tonon Júnior, tendo como assistente de acusação a advogada Débora Maciel, e pela defesa, o advogado Gilberto Richthcik. Os trabalhos começaram por volta das 9h20, com a chamada dos jurados. Dos 25 cidadãos convocados, 21 compareceram ao Fórum. Os ausentes, que não justificaram a falta, foram penalizados com multa de um salário mínimo.
Das seis testemunhas intimadas pelo MP, cinco foram dispensadas. Apenas o irmão de Gilmar Reolon, Idemar, foi chamado para prestar seu depoimento – ainda no período da manhã – e preferiu contar sua história sem a presença do réu. Idemar relembrou cada um dos detalhes do episódio da morte do pai, Otávio, e se emocionou bastante durante o relato. À tarde, depois do retorno do recesso para o almoço, quem começou falando foi Gilmar Reolon. Após confessar cada crime com pormenores, ele se disse arrependido e afirmou que queria pagar pelos crimes que cometeu.
Idemar ficou muito emocionado em ouvir
o relato da morte do pai.
Quem também sofreu muito ao ouvir cada detalhe da história foram os familiares. Dona Rosa Maria Pereira dos Santos, mãe da adolescente Indiamara, sentou na primeira fila para acompanhar o júri do homem acusado de matar sua filha. Ela chorou bastante e só se ausentou da sala na hora que o promotor mostrou as fotos com o corpo desfigurado da menina para provar a tese de que Gilmar Reolon usou de meio cruel para cometer o crime. “Eu só espero que justiça seja feita. Esse sentimento de dor nada mais vai apagar. Tudo isso foi muito triste, porque, além de matarem minha filha, prenderam meu irmão na época.”
Dona Rosa disse que a condenação pode amenizar o sentimento de tristeza, mas não supre a ausência de sua filha, que era considerada uma adolescente meiga e divertida. “Ela sempre me obedeceu e era uma menina muito educada.”
Dona Rosa Maria diz que a condenação do
acusado não ameniza a dor pela perda da filha.
Para o cunhado de Gilmar Reolon, Nelton João Casanova, foi muito difícil ouvir os relatos do réu e recordar a morte da mãe, irmã e sobrinhos. “Espero que ele (Reolon) apodreça lá no fundo da cadeia. Essa pena que ele vai cumprir não paga o que ele fez. O cara é frio e não demonstrava ser assim. Começou querer viver meio numa boa, pois minha mãe tinha dois benefícios e ele tava comendo tudo. Nós só ficamos sabendo quando começaram aparecer os boletos de contas que chegam pelo correio.”
Nelton ouviu atentamente o depoimento do ex-cunhado e afirmou que não acredita na justificativa de que o réu matou a família com medo que passasse fome (caso ele fosse preso em decorrência do homicídio do próprio pai). “Vocês acham que minha mãe, minha irmã e eu, a Gissele era minha afilhada, vocês acham que eu ia deixar eles passar fome? Minha mãe tinha dois benefícios e era ele quem vivia do benefício da minha mãe.”
“Relatar o que ele fez e do jeito que ele fez sem ter nenhum remorso nas palavras. O que a gente sofreu três anos atrás volta tudo à tona. Ver o próprio sangue, o irmão fazer isso e não ter um remorso. Dói muito. Se ele fala que se arrepende eu não acredito, pelo estado de tranquilidade que ele tá”, declarou Idemar. Segundo ele, saber que o irmão pagará pelos supostos crimes alivia pelo menos um pouco a consciência da família. “Tivemos uma luta tão grande pra encontrar ele. Todas aquelas mortes sem saber quem tinha feito aquilo.” O advogado de defesa Gilberto Richthcik tentou derrubar algumas qualificadoras, uma delas a morte por meio cruel.



fonte : fonte jornal de beltrão

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